O Taj Mahal é considerado por muitos arquitetos, no mundo inteiro, como uma das mais belas construções de todos os tempos. Situa-se na cidade indiana de Agra, sendo o mais conhecido dos monumentos do país. Foi classificado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade e anunciado como uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno, em 2007.
Três grandes mestres trabalharam em seus desenhos: Ustad Isa (persa), Gieronimo Veroneo (italiano) e Austin de Bordeaux (francês). Não há registro de que, algum mestre indiano, tenha feito parte de sua construção.
Esse monumento nada tem a ver com o hinduísmo. Sua arquitetura é totalmente maometana. De modo que seus funcionários mais especializados (escultores, pedreiros, artesãos, calígrafos) foram trazidos de Bagdá, Constantinopla e outros centros da fé islâmica. Sua construção durou 22 anos, com cerca de 22.000 operários.
O Taj Mahal contém inscrições do Corão e incrustações com pedras semipreciosas. A sua cúpula é costurada com fios de ouro. O edifício é ladeado por duas mesquitas e cercado por quatro minaretes.
O imperador mongol, Shah Jehan, filho de Jehangir, possuía grande paixão pela arte, a ponto de gastar prodigamente com artistas, importando-os de vários lugares, fora da Índia. Também foi responsável por derrubar os palácios cor-de-rosa de Akbar, substituindo-os por uma arquitetura da mais pura sensibilidade e beleza. Shah Jehan foi o responsável pela construção do Taj Mahal.
Embora, na Índia, a fronteira entre a realidade e o mito seja, muitas vezes, imperceptível, de modo que nunca se sabe, onde começa a realidade e termina o mito, esse mausoleu simboliza uma comovente história de amor.
Diz a história indiana, que o Taj Mahal foi construído em memória da mulher, pela qual, um dia, Shah Jehan apaixonara-se: Mumtaz Mahal, “A escolhida do Palácio”.
Ela era apenas uma garota, quando ele caiu de amores por sua beleza, ao vê-la num mercado. Diz a lenda, que ela era tão linda, que parecia uma imagem saída de uma miniatura persa. Depois de cortejá-la por alguns tempo, casou-se com ela e a transformou em imperatriz e em sua conselheira.
Mumtaz Mahal era venerada pelo povo, pois tinha especial carinho pelos pobres. Também era muito amada pelos poetas e artistas, em geral.
Depois de 19 anos de casados, ao dar à luz a seu décimo quarto filho, Mumtaz Mahal morreu de parto, deixando o esposo, inconsolável. Ela estava, na época, com 34 anos.
Embora Shah Jahan tenha tido outras esposas, a sua predileta sempre foi Mumtaz Mahal, sua única e mais preciosa Jóia
Durante dois anos, o imperador foi tomado pela mais forte tristeza, guardando um luto severo. Não usava jóias nem trajes suntuosos, recusava-se a ouvir música ou a participar de festas. A vida havia perdido o sentido para ele.
Shah Jehan entregou o comando das campanhas militares a seus filhos, dedicando-se inteiramente à construção do Taj Mahal, mausoléu dedicado à esposa morta e construído sobre seu túmulo. O nome é, na verdade, uma abreviação do nome da sua amada: Mumtaz Mahal.
Diz a lenda, que já pressentindo a chegada da morte, ela teria pedido ao imperador que construísse um monumento “à felicidade compartilhada”.
Passado o período crítico de luto, pela morte da esposa, o imperador Shah Jehan tornou-se obcecado pela arquitetura. Compreendeu que os monumentos poderiam sobreviver à fugacidade do tempo, à fragilidade da vida humana.
A parte mais famosa do mausoleu é a tumba de Mumtaz Mahal (Jóia do Palácio) com sua cúpula de mármore branco, mas também inclui mesquitas, torres e outros edifícios.
O imperador mongol deixou, em Delhi, obras fabulosas como a luxuosa sala das Audiências Públicas, com painéis de mosaico florentino em mármore negro, e tetos de ouro e prata; a sala das Audiências Privadas, com tetos de ouro e prata e colunas filigranadas, onde se encontrava o famoso Trono do Pavão, comentado em todo o mundo. Ele, também, foi responsável pela construção de palácios, mesquitas, jardins e mausoléus.
Quando Shah Jahan ficou doente, seu filho Aurangzeb aproveitou de sua fragilidade para encarcerá-lo e ocupar o trono. Deixando-o em cativeiro até sua morte.
Conta a lenda, que ele passou os últimos dias de sua vida, olhando fixamente em um pequeno espelho o reflexo do Taj Mahal, e morreu com o espelho agarrado em sua mão.
Hoje, os restos dos corpos de Shah Jehan e Mumtaz Mahal estão juntos, dentro de uma cripta, debaixo de uma cúpula branca, dentro do Taj Mahal.
Esse mausoleu ao mesmo tempo, em que mostra a suntuosidade do amor, também deixa claro a insignificância e a brevidade da vida humana, diante de tudo que a rodeia.
O poeta indiano Rabindranath Tagore assim descreve o Taj Mahal :
“É uma lágrima no rosto da eternidade!”
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