A história dos maias compreende três período: o pré-clássico (1.000 a.C. a 317 d.C.) -neste período já existia uma estrutura religiosa
e social e conhecimentos de matemática e astronomia, sendo que talvez tenha sido nessa época, a criação do calendário maia: Antigo Império (até 889d.C.) - esse período marca o início da idade clássica; Novo Império (até 1697) - período também conhecido por "renascimento maia", assinalando o término da última resistência organizada contra os espanhóis.
Os maias se dedicavam à agricultura cultivando feijão, milho, algodão, cacau, pimenta, mamão e abacate. Criavam abelhas para extrair mel e cera e conheciam apenas os cães e pássaros dentre os animais domésticos.
templo do jaguar sagrado que ainda se eleva acima da copa das árvores, nas ruínas maias de Tikal.
Sabiam fazer papel a partir da casca de fícus e com ele produziam livros. Extremamente hierarquizada, a sociedade maia contava em cada cidade-estado com uma autoridade máxima, de caráter hereditário, dita halach-uinic ou "homem de verdade", que era assistido por um conselho de notáveis, composto pelos principais chefes e sacerdotes. O halach-uinic designava os chefes de cada aldeia (bataboob), que desempenhavam funções civis, militares e religiosas. A suprema autoridade militar (nacom) era eleita a cada três anos. Outros cargos importantes eram os guardiões (tupiles) e os conselheiros (ah holpopoob).A nobreza maia incluía todos esses dignitários, além dos sacerdotes, guerreiros e comerciantes. A classe sacerdotal era muito poderosa, pois detinha o saber relativo à evolução das estações e ao movimento dos astros, de importância fundamental para a vida econômica maia, baseada na agricultura, . O sumo sacerdote (ahau kan) dominava os segredos da astronomia, redigia os códices e organizava os templos. Abaixo do sumo sacerdote havia os ahkim, encarregados dos discursos religiosos, os chilan (adivinhos) e os ahmén (feiticeiros). Os artesãos e camponeses constituíam a classe inferior (ah chembal uinicoob) e, além de se dedicarem ao trabalho agrícola e à construção de obras públicas, pagavam impostos às autoridades civis e religiosas. Na base da pirâmide social estava a classe escrava (pentacoob), integrada por prisioneiros de guerra ou infratores do direito comum, obrigados ao trabalho forçado até expiarem seus crimes.
Graças a estudos minuciosos do movimento celeste em observatórios construídos para essa finalidade, os astrônomos maias foram capazes de determinar o ano solar de 365 dias. No calendário maia, havia um ano sagrado (de 260 dias) e um laico (de 365 dias), composto de 18 meses de vinte dias, seguidos de cinco dias considerados nefastos para realização de qualquer empreendimento. Também adotavam um dia extra a cada quatro anos, como ocorre no atual ano bissexto. Os dois calendários eram sobrepostos para formar a chamada roda ou calendário circular. Para situar os acontecimentos em ordem cronológica usava-se o método da "conta longa", a partir do ano zero, correspondente a 3114 a.C.. A inscrição da data registrava o número de ciclos -kin (dia), uinal (mês), tun (ano), katun (vinte anos), baktun (400 anos) e alautun (64 milhões de anos) - decorridos até a data considerada. Acrescentavam-se informações sobre a fase da Lua e aplicava-se uma fórmula de correção de calendário que harmonizava a data convencional com a verdadeira posição do dia no ano solar. No auge da civilização, a arte dos maias era fundamentalmente diferente de todas as outras da região, por ser muito narrativa, barroca e, com freqüência, extremamente exagerada, em comparação com a austeridade de outros estilos. A arquitetura, voltada sobretudo para o culto religioso, lançava mão de grandes blocos de pedra e caracterizava-se por abóbadas falsas e hieróglifos esculpidos ou pintados como motivos de decoração. As construções que mais simbolizam a arquitetura da civilização são os templos decorados com murais e símbolos esculpidos, e construídos sobre pirâmides, com topos terraceados. Uma escadaria central num dos lados da pirâmide conduzia o sacerdote ao interior do santuário, enquanto o povo permanecia no sopé do monumento. Diante da escadaria, ergue-se, quase sempre, um monólito com a figura de um personagem aparatosamente vestido, rodeado de motivos simbólicos e hieróglifos. Um dos mais importantes monumentos desse tipo está situado nas ruínas de Chichén Itzá. Os palácios, com várias salas e pátios internos, tinham plantas simples e retangulares. Entre suas construções destaca-se o templo de Kukulkan (no México), que foi usado como observatório astronômico. As quatro faces do templo estão voltadas para os pontos cardeais e representam as estações do ano. Nos dias 21 de março e 23 de setembro,quando o dia tem exatamente a mesma duração da noite, o sol (que incide às 17h e 30min sobre o templo em forma de pirâmide) projeta uma sombra nos degraus que forma a imagem de Kukulkan, o deus da serpente emplumada
A escultura subordinada à arquitetura como elemento decorativo; em pedra, estuque e madeiradecoravam lápides, dintéis, frisos e escadarias.Na pintura, são importantes os murais multicoloridos, com técnica de afresco, sobre temas religiosos ou históricos,também empregada para decorar a cerâmica e ilustrar os códices.exemplos de pintura mural foram encontrados em Bonampak (onde destaca-se a magnífica indumentária representada) e em Chichén Itzá. Os afrescos do templo de Cit Chac Cah (estado de Chiapas), possivelmente do século VII, foram executados em estilo realista e cores vivas, nas paredes das três salas de cinco metros de altura, com cenas religiosas e profanas. Já a arte da cerâmica maia pode ser dividida em dois grupos: os utensílios de cozinha não decorados e oferendas fúnebres. Os vasos destinados a acompanhar o corpo reverenciado eram geralmente pintados ou entalhados com cenas naturalistas ou freqüentemente macabras. Em Uaxactún, encontraram-se estatuetas muito primitivas, todas representando mulheres. Do período Chicanel, são outras estatuetas e vasos de formas simples, vermelhos e negros. Na fase seguinte, dita Tsakol, a cerâmica, mais apurada, apresenta grande diversidade de formas e acentuada estilização (Tikal e Uaxactún). A fase final, conhecida como Tepeu, caracteriza-se pela delicadeza das formas dos vasos, decorados com cenas e inscrições. A pedra mais preciosa para os maias era o jade, bastante trabalhado pelos artesãos e modelado principalmente em forma de placas, relevos ou contas de colar. Dos trabalhos em jade, restam alguns exemplos como a placa de Leyden (Tikal) e a do Museu Britânico, de extraordinária perfeição.No auge de sua civilização e cultura os maias abandonaram suas cidades, templos, monumentos e tesouros sagrados. Algo incompreensível ocorreu por volta de 600 d.C., para que este povo, de repente e sem motivo, simplesmente desaparecesse! A selva devorou construções e estradas, quebrou os muros e produziu uma imensa paisagem de ruínas. Nenhum habitante jamais retornou àqueles locais. Alguns estudiosos atribuem o abandono dos centros maias à guerra, insurreição, revolta social, invasões bárbaras etc. De fato, os grandes centros foram abandonados, porém não de súbito, as hipóteses mais prováveis apontam para uma exploração intensiva de meios de subsistência inadequados, provocando a exaustão do solo e a deficiência alimentar. A cultura maia posterior, fundindo-se com a dos toltecas, prolongou-se no Novo Império Maia até a conquista pelos espanhóis, a partir de 1523. A cultura maia só começou a ser explorada durante a primeira metade do séc. XIX, pelo americano John Stephens e o desenhista inglês Frederik Catherwood. Eles descobriram várias cidades, sendo que a que mais chamou a atenção Chichen-Itzá. Publicaram o resultado de suas pesquisas, e foi através destas obras que o povo ficou sabendo que não eram simples índios, mas possuíam uma complexa organização. Ao serem encontrados pelos exploradores, os maias tiveram sua civilização destruída. Os padres espanhóis ao descobrirem que aqueles índios possuíam livros, resolveram destruí-los, alegando serem escritos demoníacos, mas na verdade, queriam evitar que de alguma forma aquela cultura fosse divulgada para futuras gerações.
O bispo de Yucatán, D. Diego de Landa, ordenou a apreensão e a queima de centenas de volumes de livros chamando isso de um ato de fé, além disso determinou que a utilização daquela "escrita demoníaca" seria punida com a morte. Esse mesmo bispo quando retornou à Espanha, escreveu um relatório intitulado Relacion de las Cosas de Yucatán, em 1566 para justificar sua ação repressiva. Informou que os livros continham descrições de cerimônias diabólicas e sacrifícios humanos. O relatório ficou esquecido até 1863, até ser descoberto pelo sacerdote Charles Etienne Brassuer, que era interessado nas culturas pré-colombianas. Salvaram-se apenas 4 livros da destruição, 3 conhecidos há muito tempo e um que apareceu após a segunda guerra mundial. No que restou da produção literária, sobressai o Popol Vuh, livro sagrado, que contém numerosas lendas, considerado um dos mais valiosos exemplos da literatura indígena.
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